Mosteiro de São Bento: diferentes cenários de iluminação na Capela do Santíssimo
Um dos trabalhos que mais orgulham a equipe da Mingrone Iluminação é o projeto de retrofit do lighting design do Mosteiro São Bento, que possui arquitetura do alemão Richard Bernl do início do século 20 com decoração de interiores do monge beneditino belga Dom Edelberto Gressnigt.
“Devido à grande diversidade de cerimônias, foram programadas dez cenas apenas para esta capela”, conta Mingrone.
Em 2007, o Mosteiro deu início a uma série de reformas em seu complexo arquitetônico. Como o então Papa Bento XVI viria ao Brasil naquele ano e se hospedaria ali, era necessário recuperar algumas áreas rapidamente. Os afrescos e pinturas, dessa maneira, receberam um restauro meticuloso. Na iluminação, o projeto da Basílica era o mais urgente. “O projeto anterior era feito com projetores cênicos e ninguém suportava o calor”, explica o nosso titular Antonio Carlos Mingrone.
Após a visita do Papa, as reformas não cessaram e uma das primeiras áreas a ficar pronta foi a Capela do Santíssimo. Na nave lateral da Basílica e do lado direito do altar, o espaço sagrado teve toda a arte, teto, piso e marcenaria restaurados. Para iluminar, peças da Artemide (Itália), Insta (Alemanha), IGuizzini (Itália) e Philips (Holanda) foram instaladas, todas com automação de acordo com o protocolo Dali.
“Uma informação importante para um projeto em uma igreja é subordinar a luz aos ditames do Concílio Vaticano II, que prevê toda a criação de atmosfera favorável ao cumprimento da liturgia, tanto no sentido do ofício religioso como no sentido de invocar aspectos paralelos de interesse, como a própria fruição artística do espaço. Devido à grande diversidade de cerimônias, foram programadas dez cenas apenas para esta capela”, conta Mingrone. “Aqui, alguns momentos são diferentes para criar atmosferas variadas, tanto dentro da mesma cerimônia como para uma variação rotineira. Por exemplo, temos um cenário Meditação e Oração 01, e Meditação e Oração 02, simplesmente como uma possível alternância.”
Cada cenário dá destaque a elementos arquitetônicos diferentes ou chama a atenção para os trabalhos de arte. As abóbadas atraem o olhar em determinada cena; os arcos são protagonistas em outra; as paredes laterais aparecem mais em uma das versões… Tudo para valorizar a riqueza pictórica e geométrica do próprio ambiente.
A infraestrutura para as novas luminárias passam pelo porão da Igreja. A estratégia possibilitou linhas de LED no piso. “Cuidados foram tomados para a preservação da obra de arte, ou seja, nenhuma espécie de ultravioleta incidindo, e índice de reprodução de cor adequado. Assim, abriu-se a possibilidade de utilização de LEDs por exemplo”, revela Mingrone, que mostrou toda a força da boa iluminação neste pequeno e divino espaço.
*O projeto foi publicado na edição 46 (novembro/dezembro 2013) da revista L+D, da Editora Lumière