Shopping JK Iguatemi: projeto luminotécnico cheio de luxo

Publicado por em 7/11/2017 - 11h52

Há algo no shopping JK Iguatemi que faz com que seu projeto se destaque na cidade. E não estamos falando das inúmeras lojas de luxo que estão nos primeiros pisos e sim de um detalhe do projeto de arquitetura: no edifício, há a inserção total do exterior. Através de grandes átrios transparentes, o shopping recebe a luz natural e a percepção do dia e da noite fica visível para o visitante.

Para criar um projeto de iluminação em sintonia com a proposta da Arquitectonica, os interiores de Arthur Casas e o paisagismo de Isabel Duprat, a Mingrone foi convocada.

“O conceito proposto foi da luz interpretar os espaços. Foi criar uma relação de convivência não só consumista, mas onde o contemplativo, a observação dos espaços, tanto interior quanto exterior, se fizessem presentes no ato de comprar”, disse Antonio Carlos Mingrone em entrevista à revista L+D.

As sancas contínuas, alongadas, com fluorescentes T5 de 24W e 54W, permeiam todo o espaço, criando linhas de luz que reforçam as dimensões da arquitetura. Além dos forros, elas ficam nas laterais dos vazios que configuram os átrios do projeto. Durante o dia (quando há luz natural), estes elementos possuem função estética; enquanto à noite criam a maior parte da iluminação do shopping.

Nos eixos transversais aos átrios, com menos altura e largura, uma larga sanca central percorre todo o ambiente, com placas em laca refletiva branca, criando a abertura de luz adequada ao ambiente. E temos também uma iluminação pontuada por luminárias embutidas sem moldura, com lâmpadas de multivapores metálicos, criando uma diversidade de focos, um balé sutil com direcionamentos adequados, enriquecendo os cenários.

As grandes luminárias em telas tensionadas de PVC, retroiluminadas com lâmpadas de cátodo frio na cor branca, com temperatura na cor quente, colaboram com a iluminação global e específica dos átrios e também criam escalas espaciais próprias em função de suas generosas dimensões, atuando tanto como luminárias quanto como elementos arquitetônicos.

Discretamente inseridas nas estruturas metálicas que delimitam os átrios transparentes, projetores de sobrepor com lâmpadas multivapores metálicos de 70W, dimerizados, com dois tipos distintos de angulação de facho, um mais aberto, difuso, e outro mais fechado, de destaque, iluminando o último piso dos átrios. Estes spots são acionados apenas à noite, ao contrário das linhas de luz dos outros andares.

Há detalhes nesse projeto de luminotécnica que valem a pena ser destacados. No acesso à garagem, grandes pendentes cilíndricos com estrutura metálica e acabamento em tela de PVC tensionada, com fluorescentes T5, desenhadas por nosso escritório exclusivamente para este projeto.

As escadas rolantes com um fundo de bambu ondulado ganharam uma iluminação de destaque suave, através de luminárias de embutir para dicroicas, com refletores AR111 e grelhas antiofuscantes de tipo HoneyComb.

Na praça de alimentação, a regra foi a discrição: todas os restaurantes seguem o mesmo padrão e recebem uma iluminação suave em linhas contínuas de cátodos frios saindo da face superior dos pórticos. No espaço central, onde ficam as mesas, o bonito desenho das sancas com lâmpadas de cátodos frios, em formatos ameboides, cria a iluminação adequada e um dos elementos mais belos até do conjunto.

*Texto adaptado da revista L+D, edição 40, outubro de 2012.