Uma introdução à neuroarquitetura e neuroiluminação
Você já percebeu que na maior parte do tempo estamos em ambientes fechados como as nossas casas, escritórios, academias e restaurantes? A neuroarquitetura é a área que envolve conhecimentos do campo da neurociência, que estuda o sistema nervoso, a organização cerebral, a anatomia e a fisiologia do cérebro, assim como a sua relação com as demais áreas do conhecimento, aplicados à arquitetura.
Ambientes geram estímulos que impactam direta e indiretamente no ser humano e no seu comportamento, a exemplo disso: o bem-estar biopsicossocial e a decisão de permanência em determinado ambiente: o sentir-se “bem”.
Dessa forma, há uma relação direta entre as sensações geradas pelo ambiente e a sua influência no usuário. A neuroarquitetura integra estes dois polos – usuário e bem-estar – com o intuito de promover a melhor experiência ao usuário que adentra o espaço, colocando – o como parte fundamental e central do ato projetual.
Da mesma forma, a neuroiluminação não é apenas um projeto de iluminação em si. Segundo o livro Neuroarquitetura, de Lorí Crizel, a neuroiluminação é a aplicação de específicas técnicas que visam proporcionar ao usuário uma leitura cognitiva condizente com a experiência que se pretende transmitir por meio de pressupostos que pertencem à iluminação.
Dentre os aspectos arquitetônicos e luminotécnicos que participam deste processo de estímulo ao usuário, podemos destacar: materiais, cores, texturas, iluminação, dimensões do espaço, aberturas, intensidade (cores e luz), localização e muitos outros.
A neuroiluminação vai muito além de criar espaços que proporcionem aconchego e bem-estar. Estudos mostram que a luz natural e artificial, além de impactar o mental e emocional das pessoas, age diretamente em suas funções biológicas como o sono, secreção hormonal, função celular e a expressão gênica.
Como a iluminação influencia no Ciclo Circadiano
O ciclo circadiano é o período de 24 horas em que o relógio biológico interno mantém as atividades e os processos biológicos do corpo como metabolismo, sono e vigília, e é influenciado pela exposição à luz natural ao longo do dia ou a sua ausência à noite.
Como as pessoas passam a maior parte do tempo em ambientes fechados, estes locais precisam ser iluminados da maneira correta em relação a intensidade da luz e temperatura de cor. Caso contrário, o ritmo circadiano pode ser interrompido levando o usuário a desenvolver problemas de saúde.
Da mesma forma, a aplicação de sistemas de iluminação centrados no ser humano, podem promover o bem-estar e saúde, a exemplo disso, o uso de tecnologias que reproduzem
Esse é apenas um exemplo de como a neuroiluminação pode projetar ambientes que promovam a saúde e garantam o bem-estar físico, mental e emocional das pessoas. Algumas técnicas e elementos já têm sido bastante aplicadas em hospitais com o objetivo de ter a iluminação como uma aliada à melhora dos pacientes, e em escolas com o intuito de promover o foco, a concentração e a criatividade dos estudantes.
Olhar para o ser humano e observar seu comportamento para entender o impacto que os ambientes trazem na vida de cada um seja em casa, no trabalho ou em espaços de lazer é fundamental para aplicação da neuroarquitetura e neuroiluminação.
Para compreender mais sobre o assunto, indicamos o primeiro livro sobre neuroarquitetura do Brasil, do autor Lorí Crizel.